Policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) prenderam um médico peruano e um colombiano, que se passava por anestesista, e interditaram uma clínica de estética em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que realizava procedimentos de alta complexidade como lipoaspiração sem licença sanitária. O caso aconteceu na última terça-feira (22).
Fiscais do Conselho Regional de Odontologia (CRO) e agentes da Vigilância Sanitária de Nova Iguaçu (Suvisa) participaram da operação.
Os dois homens foram flagrados pelos policiais no momento que iniciavam um procedimento de lipoaspiração em uma paciente de 29 anos. Segundo os agentes, ao perceberem a chegada da equipe, o colombiano Jean Paul Perez Barraza tentou dissimular e sair da sala de cirurgia, retirando o jaleco que vestia, onde tinha o nome bordado e a especialidade de anestesiologista.
Os policiais o encontraram antes que saísse. De acordo com as informações da Polícia Civil, ele não possui inscrição no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
Na sala ao lado, os agentes encontraram uma outra paciente, de 44 anos, que havia acabado de se submeter a um procedimento de lipoaspiração e ainda repousava sob os efeitos do anestésico.
As duas pacientes reconheceram Jean Paul como sendo o anestesista do procedimento ao qual se submeteram.
Com ele, estava o médico peruano Jaime Javier Garcia Caro.
A polícia afirma que, além de lipoaspiração, a clínica também realizava mamoplastias e mastopexias. Contudo, o local não possuía estrutura para eventuais intercorrências, como desfibrilador, equipamentos de UTI e ambulância, por exemplo.
Como medida de precaução, os agentes chamaram uma ambulância do Samu para levar a paciente que estava na mesa de cirurgia para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) para ser submetida a avaliação médica.
Quando os policiais estavam no local, uma outra mulher, que tinha passado por uma lipoaspiração feita pela dupla dias antes chegou ao local se queixando de fortes dores e com inflamação da sutura.
Medicamentos foram encontrados conservados em geladeiras junto a alimentos e bebidas para o consumo de funcionários.
Javier é investigado em outro caso, de uma mulher que foi passar por uma lipoaspiração e teve que ser internada no Hospital Souza Aguiar.
A ação foi desencadeada a partir do monitoramento de perfis que oferecem procedimentos estéticos de alta complexidade a preços populares nas redes sociais.
Depois de verificarem inconsistências, os agentes iniciaram uma investigação e verificaram que o mesmo endereço foi alvo de uma operação em junho do ano passado, quando foram encontrados materiais impróprios para consumo.
Os dois homens foram presos em flagrante e encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça.
G1
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